sexta-feira, 26 de julho de 2013

Parabéns, Leblon!

Por Murillo Victorazzo

Entre o mar, o Morro Dois Irmãos e a Lagoa Rodrigo de Freitas, separado da irmã berço da Bossa Nova apenas por um canal cercado de jardim, cresceu, mas não tomou os ares incômodos do gigantismo comum a uma metrópole (pelo menos até agora).

Apesar ter entre seus moradores pessoas como Sérgio Cabral, que fez suas ruas pararem nas capas de jornais por motivos bem diferentes dos que os demais 46 mil habitantes estão acostumados, não perde a beleza e a elegância tipicamente cariocas: é capaz de ser chique sem ser pedante e exibicionista, de abrigar prédios luxuosos ao lado de botecos com o charme informal e bem humorado que só o Rio de Janeiro tem. 

Afora os dois anos e meio em que morei em Salvador e Brasilia por motivos profissionais do meu pai, nunca vivi em outro local que não fosse ele. E me orgulho disto. Não por ser o bairro tido como o mais nobre, o mais caro da cidade, mas por ver nele a leveza de uma cidade que infelizmente em muitos outros pontos não existe mais.

Por caminhar por suas ruas e, muitas vezes, ter a sensação de que estou numa cidade média, onde seus moradores, se não se conhecem, se reconhecem. Por andar três quadras e estar na minha terapia: a praia. Ou olhar para o lado e ver o Clipper ali me esperando para tomar meu chopp. Por colocar a cabeça para fora da janela e, seja lá para que lado me virar, ver o mar ou o verde do morro. E também por saber que colado a mim está a sede de minha outra paixão: o Clube de Regatas do Flamengo. 

Não sei o que o futuro me reserva, mas, por enquanto, vou usufruindo ao máximo o privilégio de morar aqui. Muito antes de Manoel Carlos te apresentar ao Brasil, eu já sabia, reconhecia, usava e abusava de teus atributos. Parabéns, Leblon! Parabéns por teus 94 anos! Te adoro!