Por Murillo Victorazzo
Rio de Janeiro, 19/11/2020. Pela manhã, vaza um vídeo em que Crivella, o bom pastor cristão, babando de raiva, chama pejorativamente de "viado" o governador paulista. À tarde, viraliza outro vídeo, em que o "bispo" não só mente sobre apoio do Psol a Paes, como descaradamente afirma que o partido ganhará a secretaria de Educação e assim, pasmem, implantará a "pedofilia nas escolas".
À noite, em debate na Band, após Paes rotulá-lo de "pai da mentira", Crivella, em revide, chama o adversário de "madrinha da mentira". Logo depois, em tom irônico, em uma questão sobre política para mulheres, solta sutilmente que Paes "parece não gostar de mulheres".
Nada é coincidência. Contextualize. Junte os pontos. Crivella baixou de vez o nível. Escancarou sua desfaçatez. É no desespero que o reacionarismo repugnante, vulgar, falso moralista, deixa para trás qualquer traço latente.
Crivella sabe que, com 2/3 de rejeição, sairá pelas portas do fundo do Palácio da Cidade, onde só está graças à histeria antiesquerda de 2016 - e que sonhava repetir. Ele representa uma mistura de má gestão, ladroagem e fundamentalismo charlatão religioso.
Será enxotado, assim como foram recentemente semelhantes no hemisfério Norte - para o desespero de seus apoiadores com bíblia e coturnos no Planalto e planície. Este é nosso alívio: pode demorar até um pouco, mas acabam na lata de lixo da História.