Nenhum daqueles ministros demitidos estava tão perto do xadrez como Lula. Um erro triplo: moralmente reprovável, confissão de culpa da parte dele e resignação oficiosa por parte dela. Dilma sucumbiu ao papel de rainha da Inglaterra - sem, claro, o prestígio que Elizabeth tem perante seu povo.
Sua expectativa é de que Lula consiga realinhar governo, PT e suas bases social e parlamentar, a fim de postergar ou contornar a queda oficial iminente. Mas a única certeza é que, nas ruas, eles e seu partido ficarão ainda mais isolados e rejeitados, o que, na prática, pode - e o que suspeito - catalisar o contrário do projetado.
Vindo de Dilma, sempre, com razão, ciosa da imagem de mulher de fibra, e de Lula, inegavelmente craque no jogo de xadrez político, o arriscado movimento demonstra o quanto estão acuados e desesperados. Às favas o resto de discernimento. É a "bala de prata" petista.