sábado, 30 de novembro de 2013

Obrigado, Enciclopédia!

Por Murillo Victorazzo

Pelé foi gênio, o maior de todos, queiram ou não os argentinos. É sim um símbolo nacional, do qual devemos nos orgulhar. Mas o Édson Arantes deixa a desejar. Talvez por isso, daquela geração da década de 50/60, provavelmente o jogador com quem mais simpatizava, aquele que mais admirava era Nílton Santos.

Eleito o maior lateral esquerdo da história do futebol mundial, era craque fora do gramado também: simples, carismático, tinha noção do que representava sem ser megalomaníaco. Muito pelo contrário. Era impossível ouvi-lo dar alguma declaração desastrada ou vê-lo em situação passível de crítica. Mesmo depois de tantos anos, nunca esqueceu do seu Botafogo. 

Meu coração é rubro-negro, e nele nunca haverá espaço para outro ídolo que não Zico. Mas nem por isso deixaria de aplaudir de pé talento e personalidade tão raros. Pena que tantos torcedores não tenham discernimento igual e, numa fixação patológica e prosaica, não cansem de tentar menosprezar o sucesso e a qualidade de ídolos históricos de clubes rivais, mesmo quando o reconhecimento a eles atravessa fronteiras e times.

 Não são apenas os botafoguenses que lamentam hoje. Quem ama o futebol também, independente de tê-lo ou não visto jogar à época. Obrigado, Nílton Santos, por ter sido brasileiro. Se hoje somos o "país do futebol", a seleção mais vitoriosa do planeta, respeitada até mesmo em seus piores momentos, em muito devemos a você. Descanse em paz, Enciclopédia!