quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Novo ministro terá difícil missão de recuperar prestígio do Itamaraty

Por Mariana Schreiber (UOL/BBC Brasil, 31/12/2014)

O atual embaixador brasileiro em Washington, Mauro Vieira, assume o cargo de ministro das Relações Exteriores em um momento delicado para o Itamaraty, de crescente insatisfação do corpo diplomático com o desprestígio do órgão dentro do próprio governo.

No Itamaraty desde os anos 70, ele foi anunciado nesta quarta-feira para substituir o atual chanceler Luiz Alberto Figueiredo, que ocupará seu posto na capital americana. Vieira será empossado amanhã, junto com os demais 38 ministros que acompanharão a presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato.

Segundo analistas, o novo chanceler terá a difícil missão de estabelecer uma boa comunicação com a presidente e aumentar a importância da política externa no governo Dilma. Após ganhar prestígio e se expandir durante os governos Lula, o ministério teria sido colocado de lado no primeiro mandato da atual presidente, perdendo relevância política e peso no orçamento federal.

"O Itamaraty está marginalizado no momento. Está subutilizado e muito enfraquecido", afirma Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas.

Os recursos destinados ao Itamaraty cresceram em ritmo menor que as despesas do governo federal nos últimos anos, o que reduziu sua relevância no orçamento. A fatia do Ministério das Relações Exteriores (MRE) nos gastos totais federais (somadas a despesas dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário) caiu de 0,17% em 2008 para 0,11% em 2014 (considerando os valores empenhados, ou seja, liberados, até dia 23 de dezembro).

Em valores absolutos, os recursos destinados ao MRE cresceram 25% neste período, para R$ 2,6 bilhões neste ano. Já o gasto federal total praticamente dobrou no período, com uma alta de 96% para R$ 2,473 trilhões.

O crescimento dos recursos seria insuficiente para bancar a expansão da estrutura do Itamaraty, que no governo Lula abriu 77 novas embaixadas, consulados e representações, um aumento de mais de 50% ante os 150 existentes até então. Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo revelou que a falta de recursos levou o MRE a atrasar o pagamento de aluguéis em pelo menos cinco postos no exterior. Além disso, funcionários teriam ficado três meses sem receber auxílio-moradia.

"Há uma certa preocupação nesse campo. O Brasil prometeu, sobretudo aos países em desenvolvimento da África, participar do seu desenvolvimento, e já se sabe que nas capitais africanas o Brasil não tem meios para concretizar essa diplomacia. Então, seria uma diplomacia oca, sem capacidade de realizar os projetos que foram lançados", critica José Flávio Saraiva, professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília.

Stuenkel observa que a política externa não tem papel de destaque no governo Dilma como tinha no de Lula e isso afeta a capacidade de atuação do ministério porque "a moeda de poder em Brasília é a atenção da presidente".

Se o Itamaraty não é visto como órgão prestigiado, explica, receberá menos recursos do Ministério do Planejamento e menos atenção de outros ministérios, que passam a exercer função do Itamaraty, como as negociações de comércio exterior.

Mauro Vieira, que antes de assumir o mais alto posto em Washington em 2010 foi embaixador em Buenos Aires por quase sete anos, tem reconhecida experiência diplomática para assumir a função de chanceler. A dúvida, ressalta Stuenkel, é se terá força política para elevar o prestígio do Itamaraty junto ao Planalto.

"O novo ministro vai ter que ter capacidade política. Os dois anteriores (Figueiredo e seu antecessor, Antônio Patriota) não conseguiram estabelecer um canal com a presidente. É uma das posições mais difíceis porque a expectativa é muito grande e a tropa (o corpo diplomático) esta muito desanimada", afirmou.

Os dois professores consideram que a forma de governar da presidente, muito centralizada em si própria, engessa a política externa. "A classe diplomática está amuada porque as decisões praticamente não são tomadas no Itamaraty. É preciso garantir ao novo ministro uma autoridade internacional. O atual chanceler, apesar de excelente diplomata, não pôde trabalhar", disse Saraiva.

Em um momento em que o Brasil perdeu espaço no comércio global e fechará o ano com déficit na balança comercial pela primeira vez desde 2000, aumentaram as críticas também a uma suposta falta de atuação do Itamaraty na abertura de mercados para as empresas lá fora. Um dos motivos apontados para a saída do atual ministro Alberto Figueiredo seria sua pouca experiência na área de comércio exterior.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, defende "um Itamaraty mais voltado para o comércio". "Nós sentimos que o mundo hoje tem uma diplomacia comercial e nós continuamos com uma diplomacia diplomática. As chancelarias do mundo deixaram de cuidar apenas da parte institucional do país para também cuidar da parte comercial, pois tudo hoje são acordos, sejam bilaterais ou multilaterais", afirma.

Na sua avaliação, a abertura dos mercados forçaria o governo a adotar medidas estruturais que elevem a competitividade brasileira, como reforma tributária e melhoria da infraestrutura.

Já o professor da FGV Oliver Stuenkel considera que o poder do Itamaraty nesta área está superestimado. "Tem gente que diz que o Brasil precisa de um caixeiro viajante como o Lula que possa vender o Brasil lá fora. Mas isso não existe, o mercado não funciona assim. A conquista de mercados é muito mais em função da capacidade da indústria brasileira de competir internacionalmente", afirma.

Para Stuenkel, o Itamaraty precisa se comunicar melhor com a sociedade brasileira para tornar mais claro o seu papel. Na avaliação dele, o órgão pode ser muito importante também na agenda doméstica, utilizando acordos internacionais nas áreas de direitos humanos e ambiental para pressionar por melhores políticas internas.

"O próximo chanceler tem que dar ênfase à interação com as ONGs, com os jornais, com o mundo acadêmico, com a sociedade civil em geral. Hoje em dia ninguém se importa com a situação ruim do Itamaraty porque não é clara qual sua importância", disse.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Dia 2/12: Salve o samba!


"Eu vou ficar, no meio do povo, espiando. Minha escola perdendo ou ganhando. Mais um carnaval. Antes de me despedir, deixo ao sambista mais novo o meu pedido final: não deixa o samba morrer, não deixa o samba acabar. O morro foi feito de samba, de samba para gente sambar".

 Dia 2 de dezembro, dia nacional do samba! O samba me deu amigos, o samba já me serviu de terapia. Quantas vezes meio pra baixo uma quadra não me animou?! O samba é a sintetização do brasileiro em música: alegre, criativo, irreverente, agrega pessoas.

 Aos que não gostam, azar o deles! Aos meus amigos do samba, um parabéns pra nós!!! E aos mestres-bambas, uma reverência!

Minha mãe

Hoje dia 2, algumas décadas atrás - certamente bem mais do que ela gostaria,por isso é melhor não especificar quantas -, nascia a mulher que foi, é e sempre será a mais importante da minha vida, posto que só se verá ameaçado caso, um dia, tenha uma filha (afinal, dizem que, por maior que seja o amor de um filho por seus pais, sempre será menor do que o deles por sua cria. Não sei). A única que sempre me dedicou amor incondicional e a quem sempre dedicarei o mesmo. Amor recíproco interminável.

Taí, se a relação mãe e filhos já é especial, acho que nada se compara a ligação de um filho homem com elas -para desgraça das noras..rs...

O tempo passará, e seu colo será ainda o melhor lugar do mundo para desabafar, receber carinho e atenção. Envelhecerei e ela continuará rindo das besteiras que falo, me olhando boba, como se fosse ainda a criança da foto. 

Crescer em harmonia perto da mãe é uma dádiva. Quando se tem uma mãe com a minha, só posso agradecer a Deus todos os dias.  Quantas olheiras e fios de cabelos brancos lhe dei, e, como resposta, ainda mais amor e compreensão ganhei. 

Mãe, parabéns!!!!!!!!!!!! Tudo, mas tudo, tudo, tudo de bom nesta vida, não apenas pela mãe que é, mas por ser este ser humano tão lindo e especial! Como pode caber em apenas 1.60m tanta bondade, solidariedade, disposição de cuidar e de ajudar os outros - alguns, às vezes, nem tão íntimos dela? 

Muita,muita,muita,muita, mas muuuuuita saúde!!! Te amo demais!!!