sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

El libertador Trump?

Por Murillo Victorazzo

Um dos aspectos da metralhadora verbal e diplomática que Donald Trump apontou para o México diz respeito a toda América Latina. Depois de anunciar a saída dos EUA do TPP, Trump ameaça rever e até sair do Nafta. O país azteca, ligado umbilicalmente aos EUA por razões geográficas e históricas, agora pode ter que virar seus olhos para os "hermanos" abaixo do globo.

Diante dessa expectativa, vários especialistas  começaram a advogar que é o tempo do Brasil se aproveitar da orfandade mexicana.

Há muitas décadas, as duas maiores economias da América Latina optaram por caminhos e parceiros diferentes. Bem convivem com a discreta rivalidade na disputa pelo protagonismo na região, refletida, por ex, na pouca simpatia mexicana à busca brasileira por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU e na liderança verde e amarela na idealização da Unasul.

Uma aproximação concreta entre os dois países seria um realinhamento significativo em suas políticas externas, com consequências políticas e comerciais para ambos.

Não cessaria a "disputa", mas o presidente dos EUA, quem diria, estaria dando uma força inesperada na tão cheia de percalços integração regional latina, que, embora varie de intensidade e viés em função do governo de plantão, é objeto perene de desejo do Itamaraty.

Objetivo cujo fim é diminuir justamente a influência do Tio Sam em nosso quintal e aumentar nossa "autonomia". Simon Bolívar sonhava com a América do Sul unida; Trump talvez ajude ir além.

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