Um dos aspectos da metralhadora verbal e diplomática que Donald Trump apontou para o México diz respeito a toda América Latina. Depois de anunciar a saída dos EUA do TPP, Trump ameaça rever e até sair do Nafta. O país azteca, ligado umbilicalmente aos EUA por razões geográficas e históricas, agora pode ter que virar seus olhos para os "hermanos" abaixo do globo.
Diante dessa expectativa, vários especialistas começaram a advogar que é o tempo do Brasil se aproveitar da orfandade mexicana.
Há muitas décadas, as duas maiores economias da América Latina optaram por caminhos e parceiros diferentes. Bem convivem com a discreta rivalidade na disputa pelo protagonismo na região, refletida, por ex, na pouca simpatia mexicana à busca brasileira por uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU e na liderança verde e amarela na idealização da Unasul.
Uma aproximação concreta entre os dois países seria um realinhamento significativo em suas políticas externas, com consequências políticas e comerciais para ambos.
Não cessaria a "disputa", mas o presidente dos EUA, quem diria, estaria dando uma força inesperada na tão cheia de percalços integração regional latina, que, embora varie de intensidade e viés em função do governo de plantão, é objeto perene de desejo do Itamaraty.
Objetivo cujo fim é diminuir justamente a influência do Tio Sam em nosso quintal e aumentar nossa "autonomia". Simon Bolívar sonhava com a América do Sul unida; Trump talvez ajude ir além.
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