terça-feira, 1 de outubro de 2013

Cabral e o lixo da História

Por Murillo Victorazzo

Em um estado administrado anteriormente por Chagas Freitas, Leonel Brizola, Moreira Franco, Marcelo Alencar, Anthony e Rosinha Garotinho, ser considerado o melhor governador das últimas décadas não seria uma tarefa tão árdua.

Por esta razão, entendia-se por que Sérgio Cabral, apesar de seu caráter duvidoso e da estagnação em  áreas de seu governo, havia sido alçado a este posto por grande parte da população e reeleito no primeiro turno com folgada votação três anos atrás.

O equilíbrio financeiro do estado, algumas obras e principalmente as UPPs, inegavelmente um avanço em política de segurança mesmo com os problemas expostos nos últimos meses, eram seus trunfos.

Porém, ligações com empreiteiros, o deslumbramento yuppie com as mordomias do poder, a confusão entre o público e o privado e a arrogante resposta às manifestações de junho fizeram sua popularidade merecidamente despencar nas últimas pesquisas.

Como se tudo isto não bastasse, agora, Cabral avaliza que a PM parta para cima dos professores municipais em greve. E, ao criticar a ocupação da Câmara dos Vereadores por estes, parece querer transformar as vítimas em algozes. Tudo para defender seu pupilo, o prefeito Eduardo Paes.

Seus aliados preferem alertar que a derrota de seu grupo político ano que vem significará a volta de Garotinho ou a ascensão do senador petista Lindberg Farias. É verdade, e este é o drama dos fluminenses, que cansados vão às ruas sem em quem mais acreditar.

Mas, caso tal retrocesso ocorra, a culpa será unicamente dele, que terá jogado no lixo o voto de confiança que os fluminenses lhe deram quando reduziu os índices de violência. E em outro lixo, o da História, poderá acabar, lado a lado de seus medíocres antecessores.

Assim como o prefeito, que prefere desqualificar a greve com alusões ao PSOL, quem manda bater em quem ensina não merece outro fim.

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