quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

A sanha em aparelhar

Por Murillo Victorazzo

Orçamento, não é de hoje, é produto de choques de prioridades e interesses. Bolsonaro certamente não é o primeiro a priorizar bases eleitorais. Distingue-se, porém, pelo contexto. Pressionar o Congresso a abrir espaço para aumento salarial de uma categoria, em meio a perdas econômicas disseminadas em toda a população, é por si só dar brecha para a bola de neve que já se inicia, com outros setores do serviço público, alguns há mais tempo defasados, ameaçando greve e demissões. 

É impressionante sua capacidade de criar crises. Mas é ainda pior quando os beneficiados são as polícias federal e rodoviária. Além de buscar cooptá-las, estimula policiais militares e civis a pressionarem governadores. Sinaliza que sua sanha em instrumentalizar forças de segurança só aumentará em ano eleitoral. Não é necessário repetir os riscos e objetivos desse retrocesso.

 O privilégio dado é nefasto moralmente, economicamente e institucionalmente.

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