sexta-feira, 19 de junho de 2020

As típicas páginas políticas e policiais do RJ em um só caso

Por Murillo Victorazzo

Vamos contextualizar, para quem ainda não entendeu - ou não quer entender - a dimensão. Um MILICIANO, assassinado recentemente e líder do "Escritório do Crime" ( grupo de MATADORES de aluguel), tinha suas mãe e ex-mulher como FUNCIONÁRIAS FANTASMAS no gabinete do deputado, hoje senador, filho do PRESIDENTE da República. 

Comprovadamente, a família miliciana depositava dinheiro nas contas do mais que assessor, amigo íntimo, há 30 anos, da família presidencial, cujas esposa e filha também integravam o gabinete. Segundo o MP, fruto de RACHADINHA (desvio de dinheiro público) que ocorria naquele gabinete da ALERJ - "fortes indícios de LAVAGEM DE DINHEIRO" do senador, que, teria tido, inclusive, despesas suas pagas em dinheiro vivo por seu braço direito.

Este assessor e sua esposa, afirma o órgão, trocaram mensagens de celular que indicam que o advogado responsável pelas contas eleitorais do filho do presidente faria uma proposta financeira ao miliciano e seus familiares, em troca de silêncio.

Outra filha do amigo assessor também foi, por anos, assessora, dessa vez do próprio presidente quando deputado federal. Funcionalismo fantasma, prática, segundo outras investigações, que envolvia diversos amigos e parentes da família hoje palaciana em seus gabinetes parlamentares: uma grande BOQUINHA, prática mais tradicional do patrimonialismo brasileiro.

Ontem, o assessor foi preso, escondido na casa de outro advogado, que não só atua ou atuou em casos do filho deputado e do próprio presidente como é, segundo o próprio, seu, há anos, incentivador político e amigo, com presença frequente no Alvorada e Planalto, visto até em cerimônias oficiais que nada têm a ver com seu trabalho. 

Repararam as caixas altas? Um rosário de crimes entrelaçados, os crimes e imoralidades mais comuns que permeiam a vida do brasileiro há anos. As típicas páginas políticas e policiais do Rio de Janeiro em um só caso, envolvendo o topo da República. 

Sem prejulgamentos, investigue-se. Mas se você não fica com, no mínimo, uma pulga atrás da orelha, se não te angustia o cenário, e prefere, com amnésia seletiva, minimizar, ignorar ou difundir a teoria vitimista das comparações com outros casos e quantias ou supostas perseguições e exageros da "mídia" e instituições, você já morreu por dentro, tamanho fanatismo e adoração por ideologia, corporação e/ou político - ainda mais um que foi eleito e se sustenta com a autoimagem de antissistema. 

Onde está aquele eloquente grito ético, norteador das ruas e do seu voto desde 2013?

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