segunda-feira, 14 de março de 2022

O dilema israelense

Por Murillo Victorazzo

Em surpreendente viagem secreta, o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, esteve em Moscou no último dia 5 a fim de se reunir com Wladimir Putin. Horas depois, antes de partir para Alemanha, telefonou para Volodymyr Zelensky. Era o início de seus esforços para mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia, juntando-se na missão ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. 
Palco dos primeiros encontros entre os chanceleres dos dois países em guerra, a Turquia, embora membro da OTAN ( guarda ogivas nucleares norte-americanas), é sócia de Moscou em diversos negócios e necessita da boa vontade russa para a defesa de seus interesses estratégicos na região do Mar Negro e Oriente Médio. Em dilema semelhante, ainda que por razões diferentes, encontra-se Israel, com seus profundos laços históricos, políticos e econômicos com Estado Unidos, Rússia e Ucrânia.

A relação com Washington é simbiótica. Embora nunca tenha passado de 3% da população norte-americana, a comunidade judaica é forte politicamente no país, com proporções bem maiores nas elites políticas. Veio ironicamente da Rússia uma das principais levas migratórias. Em 1881, para fugir do pogrom que sucedeu o assassinato do czar Alexandre II, autor de reformas modernizantes na estrutura socioeconômica russa, dois milhões de judeus buscaram segurança nos Estados Unidos.

Enquanto é aliado chave dos interesses norte-americanos no Oriente Médio, Israel, segundo relatório do Capitólio, recebeu desde 1948, ano de sua criação, cerca de US$ 150 bilhões em assistência, financiamento e fundos, entre os quais os voltados para equipar suas forças armadas. É o "maior destinatário da assistência externa cumulativa dos EUA desde a Segunda Guerra Mundial", revela o documento. Em memorando assinado pelos dois governos em 2016, está previsto ajuda militar de quase 40 bilhões de dólares entre 2019 e 2028. Além do visceral apoio político de Washington às suas demandas na arena internacional, estimativas indicam que cerca de um quarto do orçamento militar israelense vem dos contribuintes norte-americanos.

Por outro lado, Moscou é fundamental para Israel em seu política de defesa regional. Principal aliado do ditador Bashar al-Assad, Putin tem sido o fiador das incursões militares dos israelenses dentro do território sírio, onde buscam combater milicias xiitas apoiadas por Irã que ali operam. O espaço aéreo da Síria está na prática controlado pelos russos. Ruídos com o Kremlin podem resultar na inviabilização dessas ações e a consequente aproximação desses grupos para perto de suas fronteiras, assim como risco de maiores tensões com o regime de Damasco.

A Rússia também é, junto com Reino Unido, China, França, Alemanha, importante ator nas negociações para restaurar o acordo nuclear com o Irã, inviabilizado com a saída dos Estados Unidos sob a gestão Trump e entendido por Israel como ameaça à sua segurança. Biden pretende reavivá-lo, mas o antagonismo com Moscou criou indefinições ainda maiores para o processo. A abrupta retirada trumpista justificou o abandono iraniano de qualquer compromisso previsto. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, Teerã possui hoje estoque de urânio enriquecido correspondente a mais de 15 vezes o limite estabelecido em 2015. A busca por alternativas ao petróleo russo pode fortalecer sua posição, dono que é da quarta maior reserva do mundo, hoje alvo de pesadas sanções. Resta saber como reagiria o regime do aiatolás, aliado do Kremlin na região, a uma tentativa de aproximação norte-americana.

Os interesses estratégicos se misturam aos fortes laços culturais. Segundo o The New York Times, os judeus soviéticos e seus descendentes somam, em Israel, aproximadamente 1,5 milhão de pessoas - pouco mais de 15% da população. Desse total, um terço têm origem russa e quase a mesma quantidade é proveniente da Ucrânia. Era no leste europeu, tanto nas repúblicas da União Soviética como em seus Estados satélites e os que assim se tornaram depois da Segunda Guerra, que a grande maioria dos judeus do mundo se encontrava até 1939. Foi em proporção ainda maior que ali ocorreram os horrores do Holocausto: quase 90% dos cerca de seis milhões de assassinados eram nativos da região.

Na Polônia, por exemplo, pouco mais de 10% da população era judaica. Em nenhum outro país havia percentual maior. Dos pouco mais de três milhões de judeus poloneses, sobreviveram às atrocidades nazistas apenas cerca de duzentos mil. Cerca de dois milhões e meio de judeus soviéticos morreram sob os fuzis e as câmaras de gás do III Reich. Na Ucrânia, contabiliza-se quase 500 mil vítimas, cerca de 20% dos judeus do país - o restante conseguiu fugir ou fora anteriormente deportado. Foi o Exército Vermelho quem libertou as áreas em que se localizavam todos os campos de extermínio, a grande parte dos campos de concentração e o emblemático Gueto de Varsóvia, cidade considerada à época o centro da cultura hebraica internacional. No local, perto de meio milhão de judeus foram confinados em apenas 400 hectares delimitados por cercas e muros, vigiados por sentinelas.

Sob esse trauma, centenas de milhares de judeus soviéticos optaram pela segurança do recém-criado Estado de Israel, logo que ele foi proclamado. Um êxodo inicialmente bem visto por Stálin, interessado em ter o Reino Unidos fora do Oriente Médio e que contava com esses vínculos e a gratidão ao Exército Vermelho para transformar o novo Estado judeu em um Estado socialista. O bloco comunista europeu não só apoiou em peso as articulações na ONU para a formação do novo Estado como o ajudou militarmente na guerra contra os países árabes que o invadiram horas após a assinatura de independência. Soldados judeus foram treinados na Polônia, enquanto armas foram doadas pela Tchecoslováquia e enviadas através da Iugoslávia e outros países balcânicos. 

O sionismo de esquerda tinha papel de destaque entre os fundadores da pátria hebraica, a começar por David Ben-Gurion, seu primeiro chefe de governo, nascido na Polônia, e Golda Meir, primeira embaixadora na União Soviética, bastante admirada pela elite moscovita. Nascida em Kiev e criada nos Estados Unidos, ela se tornaria, duas décadas depois, uma das primeiras-ministras israelenses mais marcantes.

Não tardou, porém, para Stálin mudar suas percepções. De influenciável, Israel passou a ser visto como influenciador dos judeus ainda residentes atrás da Cortina de Ferro. Com o alvorecer da Guerra Fria e o crescente poderio econômico dos Estados Unidos, o líder soviético iniciou uma política de isolamento cultural, com intuito de afastar a "pureza russa" das concepções de vida ocidentais, perigosas para o prestígio interno de seu regime. A narrativa oficial precisava ser a de que os russos haviam sido ao mesmo tempo os principais carrascos e as maiores vítimas de Hitler. Era preciso, portanto, minimizar o Holocausto como apenas mais um aspecto da ocupação alemã.

Dar a dimensão verdadeira daquele extermínio racial obrigava, além do mais, o regime soviético a expor a colaboração de alguns de seus cidadãos com o Reich. Não foram raros os civis, além dos prisioneiros de guerra, que auxiliaram os alemães na perseguição e administração dos territórios ocupados durante os quase quatro anos de subjugação - inclusive dos corredores da morte dos campos de extermínio de Treblinka, Sobibor e Belzec. A lembrança destruía o mito da população soviética unida corajosamente em torno da honra do Estado comunista. 

A própria hoje invadida Ucrânia contou com uma milícia paramilitar nacionalista, o Exército Insurreto Ucraniano (UPA), que, pretendendo posteriormente derrotar os comunistas e alcançar a independência, chegou a colaborar no início com a Wehrmacht (as forças armadas alemãs), fato frequentemente recordado por Putin para reforçar a acusação de ser o vizinho celeiro de neonazistas. Ignora obviamente os cerca de três milhões de ucranianos, muitos membros do Exército Vermelho, mortos pelos alemães. Em uma triste coincidência, um dos primeiro bombardeios russos sobre Kiev, no início do mês, atingiu uma torre de TV próxima a Baby Yar, o emblemático barranco em que, na véspera do Yom Kippur de 1941, cerca de 35 mil dos 200 mil judeus da cidade foram fuzilados em dois dias. Era primeira operação com vistas a exterminar toda comunidade judaica de uma grande cidade. Hoje há no local um Memorial do Holocausto.

Ao mesmo tempo que a Segunda Guerra não deveria ser entendida como uma guerra de libertação de judeus, estes não eram mais confiáveis. Passavam a ser percebidos, conta o historiador Timothy Snyder em seu livro "Terras de Sangue", como "cosmopolitas desarraigados", por, forasteiros mesmo nascidos no país, não terem apego sincero à cultura russa, e portanto, suscetíveis à influência do capitalismo norte-americano, ou "sionistas", o que denotava preferir os valores de outro Estado nacional (Israel), o qual, para piorar, já nascera sob a dependência do apoio de Washington. Com a eclosão da Guerra da Coreia, em 1952, tropas norte-americanas encontravam-se perto das fronteiras orientais soviéticas. Pela retórica stalinista, apesar da aparente contradição, a correlação entre cosmopolitismo e nacionalismo ganhava sentido.

Para uma mente obcecada com a segurança do regime, o cenário era terreno fértil para teorias conspiracionistas. Judeus, apontados por Hitler como a gênese do comunismo ( “judeo-bolchevismo”), passaram a ser acusados de integrar, como espiões, um grande complô dos Estados Unidos que incluiria assassinatos de membros dos aparatos estatais de Moscou e seus satélites. Através de farsas judiciais e confissões sob tortura, iniciaram-se perseguições, assassinatos e expurgos nos governos e partidos comunistas soviético e do leste europeu, interrompidos com a morte de Stalin, em 1953. "Stalin matou menos de algumas dezenas de judeus em seus últimos anos de vida. Se queria de fato uma derradeira operação de terror nacional, o que não é nada certo, ele foi incapaz de levá-la a conclusão", pondera Snyder.

Nikita Kruschev denunciou, em discurso no Congresso do PCUS, as políticas de extermínio e deportação das décadas de 30 e 40 comandadas por seu antecessor. Contudo, embora o antissemitismo stalinista do pós-guerra nunca tenha alcançado tal ordem de grandeza, o silenciamento do Holocausto e o discurso da ameaça sionista permaneceram após os anos 50 no país e em alguns outros países de seu bloco, como Polônia e Tchecoslováquia, reverberados inclusive por judeus comunistas, emparedados pelo riscos dos julgamentos falseados. Supostas conexões judaicas serviam para desacreditar e afastar da vida pública rivais nas disputas internas daqueles regimes. Com a Alemanha Ocidental integrada à OTAN, em 1954, o revisionismo histórico em que os eslavos haviam sido os alvos prioritários dos nazistas fortalecia a imagem oficial do leste europeu novamente ameaçado pelos alemães - desta vez aliados a Washington. 

Para os soviéticos e satélites, a Guerra Fria dava prosseguimento à Segunda Guerra, e Israel sendo, ao lado dos alemães ocidentais, marionete dos Estados Unidos, era apenas mais uma instância do imperialismo capitalista, cuja deformação resultara no nazismo. O Estado judeu, portanto, nada tinha de vítima. Ao contrário, fazia parte de uma ordem que perpetrara crimes contra a humanidade. Charges polonesas chegaram a retratar as forças armadas israelenses como a Wehrmacht. A acusação de sionismo não mais se restringiu a judeus e descendentes. Frequentemente assim foram tachados intelectuais e críticos do regime. O antissemitismo afastou o Estado judeu da União Soviética. Eleitoralmente majoritária nas décadas de 50 e 60, a esquerda israelense se solidificou no tom socialdemocrata. 

Em sentido oposto, como causa ou consequência, os Estados Unidos, de início cauteloso por temer prejudicar as relações com países árabes, reforçaram seus vínculos com Israel no decorrer da Guerra Fria. Enquanto na Crise do Suez, em 1956, pressionam pela retirada das tropas israelenses do Sinai, na Guerra dos Seis Dias, em 1967, mostram-se seu principal sustentáculo. No conflito, em luta contra a Liga Árabe, agora apoiada pelos soviéticos, Israel ocupa novamente a península egípcia, além da Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Colinas de Golã. Era o início da visceral parceria entre Washington e Tel Aviv.

A ascensão de Putin realinhou em parte as relações de Moscou com Israel, necessariamente ambíguas pela simultânea proximidade com países árabes, como a Síria, e a teocracia iraniana. Muitos se surpreenderam com sua presença na comemoração, em Israel, dos 75 anos da libertação do campo de Auschwitz. “Putin tem se mostrado um grande amigo dos judeus, do judaísmo e do Estado de Israel", afirmou à época Osias Wurman, cônsul honorário de Israel no Rio de Janeiro, à Sputnik Brasil, sucursal da agência internacional de notícias do governo russo.

O chefe do Kremlin frequentemente participa de cerimônias judaicas e é amigo do rabino -chefe de Moscou. Uma proximidade explicada, segundo biógrafos, pelos laços afetivos criados em sua infância, quando o menino Wladimir, de família muito pobre, foi muitas vezes alimentado por uma família judia vizinha. Também judeu foi seu professor de boxe, figura paternal para ele. Recentemente, um jornal ligado ao Hezbollah aproveitou-se dessas relações para "denunciar" que Putin, na verdade, seria judeu, e não cristão ortodoxo.

Israel votou a favor da resolução da Assembleia Geral da ONU que condenou a invasão russa. Em reunião com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken no dia 7, o ministro das Relações Exteriores, Yair Lapid, reafirmou a condenação. Disse, segundo o portal de notícias Ynet News, um dos maiores de Israel, que, embora converse com todos os lados e considere que "a ordem mundial está mudando", "não há alternativa à liderança dos Estados Unidos no mundo, que esteja determinada a impedir guerras e massacres”.

O país, no entanto, evitou seguir seu principal aliado e a União Europeia nas sanções à economia russa Tampouco fechou seu espaço aéreo à Moscou e manteve os voos das companhias áreas locais para a Rússia. Segundo a rádio israelense Kan, a razão para o governo Bennet se recusar a vender seu sistema de defesa aérea Iron Dome a Ucrânia teria sido "medo de irritar Putin". Não por acaso, na mesma semana da votação em Nova York, o vice- embaixador russo na ONU, Dmitry Polyanskiy, reafirmou o não reconhecimento da soberania israelense sobre as Colinas de Golã. "Fazem parte da Síria. Estamos preocupados com os planos anunciados de Tel Aviv para expandir a atividade de assentamento nas Colinas de Golã ocupadas, o que contradiz as disposições da Convenção de Genebra de 1949", escreveu em seu perfil no Twitter.

Massivos protestos ocuparam as ruas de Tel Aviv exigindo um posicionamento mais enfático contra Putin por parte de Bennet, filho de imigrantes norte-americanos, com alguns anos da infância e da vida profissional vividos nos Estados Unidos. Por outro lado, Putin conta com a simpatia dos mais entusiasmados eleitores do ainda forte politicamente ex-premiê Benjamim Netanyahu. Os dois nutrem excelentes relações pessoais e ideológicas, o que indica um quadro ainda mais complexo caso Netanyahu estivesse ainda na chefia do governo. 

Em suas últimas campanhas eleitorais, o Likud, seu partido, fez questão de ressaltar o vínculo, expondo faixas com foto dos dois juntos ( assim como com Trump) em sua sede. A estratégia gerou críticas de seus opositores, contrários ao enaltecimento de um autocrata por parte do então líder de uma democracia liberal. Seus simpatizantes, contudo, entenderam como sinal de livre acesso aos principais governantes do mundo. É no Canal 14, emissora associada ao ex-primeiro-ministro, onde se vê uma das poucas coberturas menos críticas às ações do Kremlin na Ucrânia.

Ministro das Relações Exteriores e da Defesa no gabinete de Netanyahu e líder do Yisrael Beytenu , o atual ministro da Economia, Avigdor Liberman, é moldavo com ascendência russa. Foi para ser a voz dessa parcela russófona da população, sua base tradicional, que ele fundou, em 1999, o secularista e nacionalista partido, vital para a manutenção da frágil e heterogênea coalisão governista, que inclui da centro-esquerda e partido árabe à direita religiosa. Bennet conta com apenas 61 dos 120 assentos no Knesset, o parlamento israelense.

A guerra pode também repercutir no cenário social interno. Ao fim da primeira semana do conflito, quatro mil judeus ucranianos já haviam fugido para Israel. Além dos perto de 10 mil israelenses, há ainda na Ucrânia aproximadamente outras 200 mil pessoas aptas à Lei do Retorno, norma que garante cidadania israelense a qualquer judeu no mundo, seus cônjuges e descendentes não judeus até a terceira geração, o que pode implicar em uma nova onda da Aliá, o nome hebraico para a imigração para o Estado judeu. Setores da opinião pública mostram-se, ademais, reticentes em acolher refugiados que não preencham os requisitos da lei.

Disposto a ser o porta-voz das demandas dos dois lados, Bennet continua com as chamadas telefônicas para Moscou e Kiev. De concreto, por hora, a disposição do governo israelense em construir um hospital de campo no oeste da Ucrânia a fim de fornecer assistência humanitária. Apesar da decepção com alguns posicionamentos de Tel Aviv, o conselheiro de segurança nacional da Ucrânia, Andriy Yermak, elogiou os esforços: "Israel empreendeu a difícil, mas nobre missão de mediar a busca pela paz e acabar com a agressão da Rússia", tuitou. Zelensky, filho de judeus e cujo avô lutou no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra, foi convidado a discursar no plenário do Knesset no próximo domingo. De imediato, o embaixador russo pediu uma reunião de emergência com o presidente da Casa, Mickey Levy.

Nesse delicado equilíbrio, Israel torce para que a guerra não se amplie a ponto de atingir diretamente algum membro da OTAN. Terá assim que optar pelas aliança estratégica com Washington, vendo-se obrigado a arcar com os custos das prováveis retaliações de Moscou.

 Enquanto cerca de 15 mil pessoas foram detidas em protestos contra a guerra na Rússia, Putin, nesta quarta-feira, dia 16, afirmou, em cadeia nacional de TV, que a sociedade russa precisa passar por uma "autopurificação", que "fortaleça" o país e permita distinguir os "patriotas" dos "bastardos "e "traidores", aqueles que estão "mentalmente" no Ocidente, não "com o nosso povo". Palavras que remetem à retórica de Stálin sobre cosmopolitismo e "pureza russa" em sua justificativa para a política de perseguições daquela época.

Novamente, deploráveis decisões de um nada democrático inquilino do Kremlin, em luta contra o não mais "reacionário", mas "globalista" ou "liberal" Ocidente, podem afastar Tel Aviv de um país com quem tem laços tão profundos. Se desta vez os judeus como um todo não são os perseguidos, é coincidentemente um potencial cidadão israelense quem preside o país alvejado. 

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