segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O sujo falando do mal-lavado

Por Murillo Victorazzo

Na semana passada, os procuradores federais que movem ação de improbidade administrativa contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius , do PSDB, e outras oito pessoas envolvidas na fraude milionária do Detran (Departamento de Trânsito do Estado), classificaram o grupo como uma "quadrilha criminosa" na ação remetida à 3a Vara de Justiça de Santa Maria. O grupo teria desviado, entre 2003 e 2007, cerca de R$44 milhões dos cofres públicos.

Em se tratando de um dos governadores mais importantes do PSDB, maior partido de oposição ao governo Lula, seria engraçado se não fosse trágico a semelhança com o termo utilizado pelo ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza na denúncia feita ao Supremo Tribunal Federal (STF), em 2007, sobre o mensalão petista. O procurador considerou o ex-ministro José Dirceu chefe de uma "poderosa organização criminosa" que envolvia 40 pessoas.

O STF aceitou a denúncia. Não se sabe ainda qual será o resultado da ação gaúcha. No caso do mensalão, o mandatário maior não foi citado; no esquema tucano dos pampas, a acusação bateu na cadeira principal do Palácio Piratini. De qualquer modo, às vésperas das eleições de 2010, os dois principais partidos do país se nivelam por baixo quando o assunto é ética.

Se não bastasse as semelhanças de políticas de governo, e alguns casos nebulosos da Era FHC, agora eles convergem ainda mais na arena da podridão. Eis o principal motivo por que alguns setores anseiam por uma terceira candidatura, oxigenada e que permita alguma esperança, que rompa com a polaridade Dilma - Serra.

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