quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sobre a imparcialidade do jornalista

Por Ricardo Noblat (Blog do Noblat, Globo Online, 30/12/2010)

Este é um dos mitos cultivados há mais de século: jornalista é imparcial. Ou tem obrigação de ser. Ninguém é imparcial. Porque você é obrigado a fazer escolhas a todo instante. E ao fazer toma partido. Quando destaco mais uma notícia do que outra, faço uma escolha. Tomo partido. Quando opino a respeito de qualquer coisa, tomo partido.

Cobre-se do jornalista honestidade. Não posso inventar nada. Não posso mentir. Não posso manipular fatos. Mas posso errar - como qualquer um pode. E quando erro devo admitir o erro e me desculpar por ele. Cobre-se do jornalista independência. Não posso omitir informações ou subvertê-las para servir aos meus interesses ou a interesses alheios.

Se me limito a dar uma notícia, devo ser objetivo. Cabe aos leitores tirarem suas próprias conclusões. Se comento uma notícia ou analiso um fato, ofereço minhas próprias conclusões. Cabe aos leitores refletir a respeito, concordar, divergir ou se manter indiferente. Jornalista é um incômodo. E é assim que deve ser. Se não for não é jornalista.

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