terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Collor, Cunha e Renan: o andar em círculo da política brasileira

Por Murillo Victorazzo

Novo presidente da Câmara e assim o segundo homem na linha sucessória da Presidência da República, Eduardo Cunha, a mais completa personificação do fisiologismo e do jogo rasteiro de bastidores, um dos mais atuantes membros da bancada conservadora evangélica (blarg), começou na vida pública como presidente da antiga Telerj, no governo Collor, indicado por PC Farias.

Renan Calheiros, reeleito pela terceira vez presidente do Senado, foi, em 1989, um dos principais articuladores da candidatura do mesmo Collor à Presidência do país. Embora deputado federal, até então era um relativamente desconhecido político regional. Com o amigo eleito (depois romperiam), tornou-se líder de seu governo na Câmara. No governo FHC, pasmem, chegou a ser ministro da Justiça.

Collor, o capo-mor, após ser, em 1992, merecidamente defenestrado do Planalto, hoje é senador reeleito por Alagoas, um dos principais aliados do governo petista no Congresso. 

Às vezes, parece que a política brasileira anda em círculos, no pior sentido da expressão, com novos atores (ou partidos), de tempos em tempos, integrando - e aprimorando com louvor - o enredo da mesma triste novela.

E eu que pensei, quando estudante, que, ao ir para as ruas pedir e comemorar o impeachment de um ladrão hipócrita,  sem pudor algum (e de personalidade agressiva), um ciclo pernicioso ali se encerrava, levando juntos seus integrantes e seu "modus operandis"...

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