quarta-feira, 11 de abril de 2018

Rocha e MBL, tudo a ver

Por Murillo Victorazzo

Capa da revista "Época" desta semana, o evangélico Flávio Rocha, dono da Riachuelo e presidenciável dos sonhos do barulhentos jovens conservadores do Movimento Brasil Livre (MBL), pode esmiuçar um pouco sua visão de mundo. Em transcrição de conversa com o ateu Roberto Justus, por exemplo, ficamos sabendo que, para ele, a África é pobre e palco de tantos dramas humanitários “porque eles rezam para os Deuses errados”.

Quando instado a comentar sobre segurança pública, afirmou que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sancionado na década de 90 pelo então presidente Collor, é herança da “Era PT”, e foi além: o caos da segurança publica no Rio de Janeiro, assegura, se deve a anos de “governos de esquerda”.

Ok, Brizola e os Garotinhos (sem falar os oito meses de Benedita) podem ser vistos à esquerda, mas o “temerista” Moreira Franco, ainda na década de 80, foi quem prometeu acabar com a violência em seis meses e saiu pela porta dos fundos do Palácio Guanabara. O tucano Marcelo Alencar teve o general Nilton Cerqueira, figura controversa por seu papel na ditadura militar, na Secretaria de Segurança Pública durante boa parte do seu governo. Criticas da “esquerda” por sua politica de “gratificação faroeste” não faltaram. 

Mais recentemente, desde 2006, o estado é governado pelo PMDB. Se a memória já lhe fala, não custa recordar:  delegado da PF, José Mariano Beltrame foi o homem forte da área à frente até recentemente. E também de parte da esquerda, digamos a mais "radical", foi de onde saíram os principais petardos contra sua joia da Coroa, as UPPs. Ah, Cabral e Pezão, esses dois tremendos "comunas"...

Não se trata de defender A ou B. Esses trechos da matéria servem apenas para mostrar como a direita conservadora recém-saída do casulo graças às redes sociais e lambanças petistas, é radicalizada, ignorante e reducionista - adjetivos quase sinônimos.

Não por acaso, Rocha acha Rodrigo Constantino “genial”.  E, claro, repete “fake news” de corrente de whatsapp para atacar parlamentar petista - modus operandi do seu fã clube, que surgiu como movimento contra a corrupção, mas se calou com os escândalos da turma hoje no Planalto, e difundiu leviandades contra a vereadora carioca Marielle Santos, executada a tiros há 12 dias. 

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