sábado, 14 de abril de 2018

Temer na Cúpula Das Américas: previsível e hipócrita

Por Murillo Victorazzo

A declaração do presidente Michel Temer sobre os ataques militares de EUA, Reino Unido e França contra a Síria, na Cúpula das Américas, no Peru, resumiu-se à defesa de princípios tradicionais do Itamaraty, como respeito aos tratados internacionais (condenou o uso de armas químicas - embora sem acusar diretamente o ditador sírio Bashar Al-Assad), defesa da solução pacífica dos conflitos e a proibição do uso não pacífico da energia nuclear no Brasil, estes dois últimos escritos inclusive na Constituição de 1988.

Deixou, porém, de lado outro traço histórico da Casa de Rio Branco, a valorização do multilateralismo: não disse nem que sim nem que não acerca da legalidade de um ataque sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, e antes mesmo da conclusão oficial de inspetores sobre os ataques químicos.

Compreensível. Diante da débil conjuntura do país e da fragilidade de imagem de seu governo interna e externamente, o muro é o melhor lugar. Nada mais protocolar. O esquisito, tamanho surrealismo cínico, foi sua eloquência ao afirmar que “não se pode tolerar a corrupção” porque ela “corrói a sociedade”.

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