Uma das (pouquíssimas) conquistas mais celebradas em política externa pelo bolsonarismo foi a condição de aliado-extra OTAN dada pela Casa Branca de Trump. O status, em tese, permite ao Brasil vantagens na comercialização de material bélico e cooperação em desenvolvimento de tecnologia de defesa com os EUA.
Agora, quando a aliança está no centro da mais séria guerra na Europa em muitas décadas, o Itamaraty evita condenar claramente a agressão russa. Pode-se argumentar que o Brasil está se apegando à tradicional equidistância.
Bom, sem falar das diferenças entre neutralidade e respeito ao direito internacional (previsto na Constituição), o problema é a contradição e suas consequências: vai ser difícil concretizar as benesses propagandeadas e ver aceitas as recentes propostas brasileiras de cooperação em inteligência e participação no centro de ciberdefesa.
Mais um sinal da disfuncionalidade do alinhamento automático a governantes, em vez de fazer política entre Estados. Menos personalismos e ideologias, mais estratégia.
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