domingo, 5 de junho de 2011

Santos Dumont recebe homenagem a Stieglitz, o fotógrafo das nuvens

Por Murillo Victorazzo (release distribuído à imprensa)

Primeiro fotógrafo a ter acervo exposto em importantes museus, Alfred Stieglitz teve nas nuvens forte fonte de inspiração. Nada mais justo, então, que, 55 anos após sua morte, ele seja homenageado em um local que serve de elo entre o céu e o homem: o aeroporto. Entre os dias 16 e 30 de junho, será realizada no saguão do Santos Dumont a exposição Equivalente a Stieglitz.

Serão 24 fotógrafos brasileiros que apresentarão trabalhos cujo intuito é demonstrar a atualidade da obra do mestre, pioneiro na luta pelo reconhecimento da fotografia como arte criativa comparável à pintura. A mostra faz parte da programação oficial da FOTORIO 2011, encontro internacional de fotografia do Rio de Janeiro (http://www.fotorio.fot.br/).

O grupo reúne 12 novos talentos e 12 profissionais já consagrados na área: Marcos Bonisson, Renata Mazzini, Kitty Paranaguá, Viviane Angeleas, Cesar Barreto, Renato Índio do Brasil, Frederico Dalton, Marcos Dantas, Greice Rosa, Zeca Araujo, MT Ferraz, Patricia Gouvêa, Rodrigo Ambar, Angela Rolim, Gabriela Lima, Latorre, Mônica Mansur, Soledad Vinardell, Cesar Souza, Renan Cepeda, Marcia Mello, Eliana Aguiar e Leonardo Ramadinha, além de Marco Antonio Portela, também curador e idealizador da exposição.

O desafio proposto a cada um foi apresentar uma imagem-síntese inédita como releitura da produção de Stieglitz. Para tanto, juntando conceitos, emoções, e, principalmente, devaneios, os expositores se inspiraram especialmente na série Equivalents, sequência de imagens de nuvens feitas pelo artista entre 1925 e 1934.

Stieglitz, além de se deparar com as dificuldades técnicas do período para reproduzir em preto e branco o anil do céu, ainda buscava novos pontos de vista, enquadramentos e recortes. Procurava traçar vínculos entre imagens aparentemente dissociadas de emoções, como céus e nuvens, às sensações e sentimentos humanos. Para ele, toda nuvem traz em si a ideia de uma emoção humana. As nuvens, assim como a fotografia, trazem consigo certa visualidade que remete a outra coisa.

O local da exposição é, por isto, uma atração de feliz coincidência. “O homem que fotografava nuvens provoca artistas contemporâneos a produzir imagens quase um século depois. E essas imagens, sejam de nuvens ou não, mas que certamente vêm carregadas dos símbolos e significados que as nuvens ofertam, estarão expostas em território que conecta o homem com os céus - um aeroporto” ressalta Portela, mestre em Artes, professor de fotografia e coordenador da Galeria Meninos de Luz há três anos. A galeria é a primeira destinada à arte contemporânea em uma comunidade carente, a Favela do Pavão-Pavãozinho.

Todos os expositores têm em comum o fato de terem passado por cursos ou serem professores do Ateliê da Imagem, conceituada escola de imagem carioca. No Dia Internacional da Fotografia (19 de agosto), o Ateliê realizará, em um dos eventos denominados Sextas Livres, projeção das imagens da mostra. Em seguida, haverá debates sobre a atualidade e importância da fotografia de Stieglitz.

No site da exposição (http://www.equivalentes.com.br/) podem ser vistos resumos da carreira e os trabalhos dos profissionais envolvidos do evento.

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