segunda-feira, 6 de julho de 2009

EUA e Rússia fecham acordo sobre redução de arsenal nuclear

Da Agência Estado (06/07/2009)
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev, assinaram nesta segunda-feira, 6, uma declaração conjunta por meio da qual prometem buscar um novo acordo de redução de seus arsenais nucleares em substituição ao START, de 1991, anunciou a Casa Branca. Ao mesmo tempo, a Rússia autorizou nesta segunda-feira o uso de seu espaço aéreo para o trânsito de tropas e armas dos Estados Unidos com destino ao Afeganistão, diz uma nota sobre os acordos selados nesta segunda, durante a primeira visita oficial de Obama à Rússia.
Os acordos militares e uma série de outro convênios foram anunciados depois de Obama e Medvedev se reunirem por cerca de quatro horas no Kremlin na tarde desta segunda-feira. A meta do futuro acordo referente aos arsenais atômicos estratégicos será reduzir o número de ogivas nucleares mantidas pelos dois países a algo entre 1.500 e 1.675.
"Os presidentes assinaram uma declaração conjunta de entendimento para um acordo para suceder o START por meio do qual ambas as partes se atenham a um tratado com força de lei para reduzir os arsenais nucleares", diz a nota da Casa Branca. "Um acordo sucessor do START sustenta diretamente os objetivos delineados pelo presidente (Obama) durante seu discurso em Praga e demonstrará a liderança de Estados Unidos e Rússia na implementação do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP)", prossegue o documento.
O START e o chamado Tratado de Moscou, ambos atualmente em vigor, limitam os arsenais atômicos estratégicos dos dois países a 2.200 ogivas. A validade do START expira em dezembro. Os dois líderes assinaram também outros sete acordos, entre eles um pelo qual Rússia permitirá a passagem por seu território de mantimentos para as tropas americanas no Afeganistão. Também decidiram trabalhar na cooperação contra a proliferação nuclear e na criação de uma comissão bilateral que será responsável por coordenar as medidas dos dois países em âmbitos como o combate ao terrorismo e ao narcotráfico, e a energia e o meio ambiente.
Medvedev sugeriu a criação de um escudo antimísseis capaz de proteger todos os países do mundo. A proposta foi uma resposta à declaração de Obama sobre a disposição dos EUA de colaborar com a Rússia na instalação de um escudo antimísseis contra possíveis ataques de outros países. "O número de ameaças, inclusive as relacionadas a mísseis balísticos e de médio alcance, infelizmente não diminui. Cresce e todos devemos pensar na configuração que poderia ter um sistema antimíssil global", declarou Medvedev.

Neste sentido, destacou o acordo entre as partes de examinarem juntas os armamentos ofensivos e defensivos de que dispõem. "Chegamos a um acordo sobre o nível máximo tanto para (mísseis) portadores como ogivas. Também combinamos que os armamentos ofensivos e defensivos de ambas as partes serão examinados em conjunto", disse o presidente russo.

O plano americano de instalar um escudo antimísseis na Europa, disse Medvedev, "é um tema bastante complicado para as conversas" de agora. Porém, as partes deram um "passo adiante" nesta segunda-feira, ao constatarem a "relação recíproca entre armamentos ofensivos e defensivos". "Até pouco tempo atrás, as divergências nestas questões eram totais", ressaltou o chefe de Estado russo, para quem o novo enfoque permite "avanços na aproximação de ambas as posições".

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