quinta-feira, 23 de julho de 2009

Por dentro do judô brasileiro e cubano

Tive o prazer de cobrir inúmeras provas do judô, com ou sem atletas brasileiros, durante o RIO 2007. Embora nunca a tenha praticado, sempre admirei essa tradicional luta de origem japonesa. Nos Jogos, assisitindo de perto, com atenção, e em entrevistas e papos informais com os judocas, acabei por conhecer melhor as nuances e escolas do judô. Exatos dois anos atrás fiz, então, uma pequena matéria pelo site http://www.rio2007.org.br/, sobre as escolas brasileiras e cubanas do esporte.
RIO 2007 mostra forca do judô cubano e brasileiro
Por Murillo Victorazzo
As competições de judô do XV Jogos Pan-americanos Rio 2007 se encerraram neste domingo, no Pavilhão 4A do Complexo do Rio Centro. Após 12 provas, Cuba foi o pais que mais conquistou vitórias, com cinco medalhas de ouro, seguidos dos donos da casa, o Brasil, com quatro. Já os Estados Unidos levaram subiram ao lugar mais alto do pódio três vezes. No total, cubanos e brasileiros viram suas bandeiras serem hasteadas, cada um, 13 vezes e os americanos, seis. Tais resultados mostram que as escolas cubana e brasileira de judô dominas atualmente as Américas.

Para a medalhista de ouro cubana na categoria ate 48 kg, Yanet Bermoy, o segredo do sucesso de Cuba é muito treinamento e disciplina. Yanet acrescenta que o judô para os cubanos serve também para extravasar as dificuldades do dia a dia. "Nós treinamos muito todos os dias. Perseguimos sempre nossos objetivos. Além disso, o judô é um meio de esquecermos os problemas do lado de fora", conta ela.

O brio e a forca física dos cubanos são outros diferenciais levantados pelos adversários. A medalhista de prata brasileira Daniela Polzin, também da categoria ate 48 kg, conta que a maior virtude do judô de Cuba é a fibra com que lutam. "Elas são muito aguerridas. Lutam com muita pegada e atacam toda hora. Hoje, para nós, brasileiros, não há mais dificuldade técnica, mas ainda esbarramos no aspecto físico", explica Daniela.

Opinião semelhante tem o argentino Miguel Albarracin, campeão da categoria ate 60kg. Usando como exemplo os atletas que subiram ao pódio com ele, o cubano Yosmani Pike, prata, e o brasileiro Alexandre Lee, bronze, Miguel ressalta a forca mental e física dos atletas de Cuba. "Pike, por exemplo, tem uma resistência física muito forte. Lee é muito técnico, com muitos deslocamentos que resultam em pontos", afirma Miguel.

Polzin, no entanto, faz questão de frisar que a escola brasileira é eclética, com atletas de diversos estilos - seja o japonês, com um judô mais limpo, ou do leste europeu, com mais pegada. "Conseguimos mesclar as escolas. Os judocas brasileiros estão se adaptando a todos os tipos ", diz ela, admitindo a disputa com Cuba para ser o melhor judô do continente: "Já tem um tempo que os cubanos são os nossos grandes rivais no dojô".

O treinador da equipe masculina de judô de Cuba, Justo Barreto, faz coro com a brasileira. Ele considera os judocas brasileiros os mais difíceis de vencer: "Os brasileiros têm uma ótima escola. Creio que, junto com Cuba, é o melhor judô das Américas".

A americana Jeanette Rodriguez, bronze na mesma categoria que Daniela e Yanet, concorda com os cubanos e brasileiros, mas assegura que o judô americano está crescendo, como podem mostrar os resultados do RIO 2007. "Temos pesquisado as escolas de outros paises, como Cuba e Brasil. Nosso nível técnico, nossa maneira de pegar, tem melhorado a cada ano, com mais competições e treinamento. O judô como um todo esta crescendo nos Estados Unidos", assegura Jeanette.

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